É que você me deixou saudade e um gosto de bem querer guardado no peito, me deixou vontade e uma sensação estranha de que, alguma coisa, um dia, vai dar certo. Ficou a esperança que reluta em ser alimentada pelos encontros repentinos, pelas ligações surpresa e pelo cheiro, característico, da linha que fica entre seu pescoço e seu ombro. Sobrou um calor no colo e um frio na espinha, uma poeira que faz meu nariz coçar, minhas bochechas avermelharem e minhas pupilas dilatarem, uma rasteira que, sempre, me faz tropeçar e parecer mais desastrada do que o normal. E restou você, e a lembrança da gente, e você, e seus cacos; seus pedaços, e você, e eu, pensando que você ainda está aqui, e você, e o doce do seu cabelo, da sua voz e o enorme do seu coração, e o buraco do meu. Fui restando...