É que você me deixou saudade e um gosto de bem querer guardado no peito, me deixou vontade e uma sensação estranha de que, alguma coisa, um dia, vai dar certo. Ficou a esperança que reluta em ser alimentada pelos encontros repentinos, pelas ligações surpresa e pelo cheiro, característico, da linha que fica entre seu pescoço e seu ombro. Sobrou um calor no colo e um frio na espinha, uma poeira que faz meu nariz coçar, minhas bochechas avermelharem e minhas pupilas dilatarem, uma rasteira que, sempre, me faz tropeçar e parecer mais desastrada do que o normal. E restou você, e a lembrança da gente, e você, e seus cacos; seus pedaços, e você, e eu, pensando que você ainda está aqui, e você, e o doce do seu cabelo, da sua voz e o enorme do seu coração, e o buraco do meu. Fui restando...
Amargo chocolate
Quando a gente escreve, é como se um pedaço do nosso coração fragmentasse e saísse pelos poros, escorresse até a ponta dos dedos e arrancasse uma pitada da nossa alma. Uma colagem fiel do que somos. (Pâmella Acioli)
domingo, 27 de novembro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
Quando você se fez real.
Já não bastasse você olhando no meu olho, dizendo que me queria sua, ainda tinha que virar amor? Não bastasse você me segurando, cheirando meu cabelo, ainda tinha que virar desejo? Não bastasse você entranhando seu corpo no meu suor, ainda tinha que virar paixão? Toda a lírica esvaída, todo o ar tomado por um desejo intenso, toda a métrica desmetrificada; desmistificada. E o vácuo, dentro de mim, que você consegue preencher como ninguém. Não bastasse você conseguir roubar minha sanidade, ainda tinha que chegar com esse jeito manso, como quem chega pronto para roubar qualquer sorriso do mundo? E como se não bastasse você existir, ainda tinha que me completar, assim, tão desse jeito?
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Tá difícil sem você aqui.
A semana acabou, a gente não se viu, e eu me pergunto: até quando esse amor vai durar em mim? Até quando vou esperar você bater na minha porta, só pra colocar meu cabelo atrás da orelha, dizendo o que eu espero ouvir desde o dia em que você decidiu não mais voltar? É, meu caro, tá difícil sem você aqui. Até quando vou querer fazer do seu abraço, meu pijama? E da sua respiração meu aquecedor? A sua presença deixava tudo mais colorido e fazia com que meu coração palpitasse extravagantemente e meu sangue dançasse no ritmo perfeito. Eu posso abrir as cortinas agora, esperar ver sua sombra dobrando a esquina da minha rua, e esperar ver seu cabelo deixando um rastro de luz, posso esperar sentir teu cheiro, que o vento faz o favor de trazer e ver teu dedo, nervoso, apertando o botão do interfone. Passar uma tarde inteira em um universo diferente, longe daqui, dentro de você. Onde nada faça sentido, onde tudo seja intenso demais pra ser esquecido. Apreciar o crepúsculo e ver chegar a noite, que promete teus dedos dançando no meu corpo e teu sorriso enchendo a casa de alguma coisa, que até agora, eu não sei exatamente o que é. Só sei que é bom, é bonito, é divino. Fingir que nada lá fora existe e que o amanhã está longe demais, mesmo sabendo que ele logo vai chegar e te levar embora e eu vou ficar aqui, catando seus vestígios em mim, catando seus fios de cabelo perdidos entre os lençóis, lembrando de cada detalhe e pensando se, daqui a 50 anos, vou ter teu sorriso, se vou ter esse teu cheiro característico, que gruda em mim quando você sai, se vou poder pegar na tua mão e melancolicamente esboçar um sorriso doloroso, cheio do medo da perda. Assim, exatamente do jeito que faço hoje, quando o despertador toca e insiste em avisar que você precisa ir e que, talvez, vá demorar a ter coragem de vir aqui de novo, viver uma vontade que mais parece ser unilateral.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Quanto querer
Quero você segurando as minhas mãos quando eu chegar aí e dizendo, com os olhos, o quanto me ama, que sempre me amou e que não vai mais me soltar. Quero a sua força abrindo meu vestido e seus versos falando tudo o que eu preciso ouvir. Quero a suavidade do seu toque na minha nuca e todo o seu destrambelhamento na cômoda. Quero abrir as gavetas com você e me desesperar por ter perdido a hora e a roupa, mais uma vez. Quero, de novo, meu suor com teu cheiro e meu batom no teu peito. Quero tudo, só pra ver se consigo fazer florescer sorrisos dentro da gente.
sábado, 9 de julho de 2011
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