A semana acabou, a gente não se viu, e eu me pergunto: até quando esse amor vai durar em mim? Até quando vou esperar você bater na minha porta, só pra colocar meu cabelo atrás da orelha, dizendo o que eu espero ouvir desde o dia em que você decidiu não mais voltar? É, meu caro, tá difícil sem você aqui. Até quando vou querer fazer do seu abraço, meu pijama? E da sua respiração meu aquecedor? A sua presença deixava tudo mais colorido e fazia com que meu coração palpitasse extravagantemente e meu sangue dançasse no ritmo perfeito. Eu posso abrir as cortinas agora, esperar ver sua sombra dobrando a esquina da minha rua, e esperar ver seu cabelo deixando um rastro de luz, posso esperar sentir teu cheiro, que o vento faz o favor de trazer e ver teu dedo, nervoso, apertando o botão do interfone. Passar uma tarde inteira em um universo diferente, longe daqui, dentro de você. Onde nada faça sentido, onde tudo seja intenso demais pra ser esquecido. Apreciar o crepúsculo e ver chegar a noite, que promete teus dedos dançando no meu corpo e teu sorriso enchendo a casa de alguma coisa, que até agora, eu não sei exatamente o que é. Só sei que é bom, é bonito, é divino. Fingir que nada lá fora existe e que o amanhã está longe demais, mesmo sabendo que ele logo vai chegar e te levar embora e eu vou ficar aqui, catando seus vestígios em mim, catando seus fios de cabelo perdidos entre os lençóis, lembrando de cada detalhe e pensando se, daqui a 50 anos, vou ter teu sorriso, se vou ter esse teu cheiro característico, que gruda em mim quando você sai, se vou poder pegar na tua mão e melancolicamente esboçar um sorriso doloroso, cheio do medo da perda. Assim, exatamente do jeito que faço hoje, quando o despertador toca e insiste em avisar que você precisa ir e que, talvez, vá demorar a ter coragem de vir aqui de novo, viver uma vontade que mais parece ser unilateral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário