segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Remake

Acordei sentindo o frio que as gotas da chuva causavam em mim. Havia esquecido a janela aberta. Monotonamente tomei banho e, em seguida, tomei meu café-da-manhã, composto por um café forte e nada mais. Escovei os dentes, joguei um prendedor de cabelos dentro da bolsa e segui, corriqueiramente. Os sinais de trânsito ainda estavam desligados, ou eu tinha esquecido a porcaria dos óculos na mesa de centro. A chuva insistia em cair. Baixei o vidro do carro e comecei a sentir as geladas gotas chicoteando meu rosto. Liguei o som para tentar escapar dos pensamentos. Não havia nada de interessante no rádio. Resolvi conectar o mp4, e escolhi a pasta que continha as músicas do Cazuza; grande Cazuza. Eu pensava no que poderia fazer para tornar meu dia mais dinâmico. Pensei que, talvez, eu devesse ter pintado as unhas de vermelho e não de nude. Mergulhei em pensamentos fúteis, até que perdi a entrada na estrada. Minha sorte foi que inventaram o "tal do retorno". Voltei à trilhar o caminho certo e parei de pensar. Resolvi pegar uma cartela de rifas que guardava no porta-luvas do carro. Não sei bem os motivos, mas essa cartela, mantinha as pessoas afastadas de mim, e, caso alguém se aproximasse, bastava oferecer uma rifa em prol de "não sei o que". Eu gostava dos meus dias, Sempre havia algo diferente, embora, estivesse igual. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Sempre a mesma coisa. Sábado e domingo, minha casa, só minha casa, meu cobertor, moleton e café. Algumas folhas de papel  e uma caneta para rabiscar o que vinha à minha mente. Fantasiava uma segunda diferente, mas, apenas fantasiava. Fantasiava uma vida diferente, fora da monotonia e fora do desgaste.

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