terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Enlouqueço


Eu grito. 
Grito mais alto. 
Grito com força. 
Com toda a força. 
Ninguém me escuta.
Eu sei que não vou conseguir sozinha. 
Enlouqueço.
Tento. 
Tento de novo. 
Tento levantar. 
Perco as forças. 
Minha mente não processa. 
Não tenho ideias.
Não tenho ideais. 
Perco o fio da meada. 
Me desespero. 
Enlouqueço. 
Passo a habitar o mundo da fantasia.
O real, dá lugar ao abstrato.
Confusão.
Eu existo por pensar?
Penso por existir?
Passo a bola pro outro de mim que existe aqui dentro.
50 de mim.
Iguais.
Metódicos.
50 em 1.
1 em 1 milhão.
Peco.
Peço.
Abro a mente.
Sucumbo.
Enlouqueço.
(Pâmella Acioli)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Coragem

Tanto de nós em tão pouco tempo e quase nada de cada um é o que resta. 
A escolha entre o inteiro e a metade; a parte. A parte da partida que deixou uma dor na despedida e fez surgir o desejo de querer te esquecer por um segundo. Mas droga, era só um segundo e nem isso permitiram.
A parte que mais dói é a de te ver de longe, com sua eterna dificuldade de fincar os pés no chão. Sua eterna dificuldade. Sua cara de quem finge preocupação ao me ver chorar no pátio - Sim! - choro que nem uma louca, desesperada só porque eu preciso de você e isso não faz a mínima diferença. 
Sabe esse vínculo que a gente cria com quem não pode criar? Essa coisa de não conseguir segurar as palavras na boca, essa coisa de se permitir, de sentir as pernas tremerem, de sentir o corpo arrepiar, essa coisa de não conseguir dormir sem pensar na pessoa. 
Aí começa: você projeta uma imagem perfeita do outro, projeta uma imagem que não vai poder ser destruída, mesmo que você queira e você inclui o outro nos seus planos para o futuro - ééééé, você tem planos para o futuro. 
Você não aguenta mais olhar pra ele de longe, você quer estar perto, cercando-o, você deseja aquela troca de carinho e você sonha com ele. 
Uma pergunta. 
Você se dá o direito de fazer uma pergunta pra ele. 
Suas pernas tremem porque você está se aproximando dele, seu coração já está na boca, sua língua está travada, sua boca está seca, tem um filme rodando na sua cabeça, sua distonia está acentuada (esses seus problemas mitocondriais que te faz exigir uma toalha), você está muito preocupada com tudo, você pensa em não tropeçar, pensa em não torcer o pé, pensa em rebolar sem ser vulgar, pensa em jogar o cabelo, pensa em apertar os olhos - daquele jeito que ele gosta - pensa no tom de voz e se dá conta de que ele está à alguns centímetros de você. Você para. Ele percebe que você está alí, mas faz de conta que não. 
Você o toca com suavidade, pede licença, senta na cadeira do lado - e é claro que nesse momento, tudo o que você pensou até agora já foi pro brejo - e resolve falar sem nem saber se ele tem algo pra dizer. 
E você diz: "preciso te fazer uma pergunta importante.". 
Você espera o aval do patético que te confirma só com o meio sorriso de canto de boca - aquele que você adora - e lá vai a menina guerreira mais uma vez: "ok, preciso saber se tudo o que" e você é interrompida por um calor, um calor que você lembra muito bem pelo que é causado. SIM! Ele te beijou, ele nem esperou você terminar a pergunta e te beijou. 
E você ouviu ele te falando baixinho, quase que num sussurro: "isso responde qualquer pergunta."

sábado, 25 de dezembro de 2010

Um bom EX-emplo.

Vem cá, tira essa roupa molhada, pega essas toalhas que um dia foram tuas e que eu guardei com o teu cheiro ainda tão acentuado. Sinta-se em casa, só não dê de mexer na terceira gaveta da mesa de cabeceira, é lá onde eu guardo todas as cartas não lidas, todas as cartas não escritas, não dê de (re)mexer no passado que desde outrora já fora gasto. Não dê de acordar esse sentimento que dorme um sono leve. Entre, sente-se, tome um café que acabei de passar. Só não dê de falar, de novo, sobre meus livros bagunçados, não dê de reclamar do vazamento da pia da cozinha, eu juro que fiquei de chamar o encanador. Vai no quarto, mas não repara no porta-retrato que ainda guarda uma lembrança tua. Para aí, fica no corredor por um instante, de braços abertos esperando meu abraço, que era como você fazia todos os dias. Fica aí, com esse cabelo bagunçado, que me rendia uma eternidade pra desvencilhar meus dedos. Ouça! Se bem me lembro, essa é a nossa música. Sim! Ela está tocando de novo, eu devo ter deixado o computador ligado reproduzindo a pasta do Caetano. Vem aqui, a TV da sala tá ligada, senta no lado do sofá que você gostava, só não dê de reclamar do meu moleton cinza e por favor, não repara na tua camisa jogada no braço da cadeira, é que eu a usei ontem pra dormir. Ei! Passa o controle remoto, não vou deixar você continuar dominando minhas coisas. Você é o EX-emplo de quase tudo que o próximo não deve ser. Não se preocupa, eu só vou exigir que ele saiba cuidar de mim tão bem quanto você.

Vem aqui amor.

Não vai embora não. Me faz um bem danado te observar. Deixa a porta entreaberta, me deixa te ver, me deixa te tocar, me deixa sentir o que realmente está acontecendo. É tão bonito te ver e transformar meu dia cinza num colorido mágico. É tão bom sentir teu cheirinho de amor limpo; de amor puro. Não vai embora não, amor. Não me deixa aqui sozinha e sem saber o que fazer, não me deixa aqui sozinha pensando em ter você. Não me deixa não. Vem aqui amor, vem pra pertinho de mim. Vem amor, me mostrar o que você realmente sente, vem juntar teu sapato com o meu, vem amor, vem ver como a gente combina quando estamos juntos. Vem amor, vem se olhar no espelho do meu quarto ao me abraçar, vem me fazer sentir o peso da tua mão na minha cintura, vem amor. Vem pelo menos fingir que é meu, quem sabe de tanto fingir, você não passa a acreditar? Vem amor, vem ficar comigo, não vai embora não, me faz um bem danado te observar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Como é que pode?

Ele chega assim, do nada, entra assim, com tudo, faz essa bagunça toda no meu coração e depois vai embora - ééééé, ele vai embora - sem me dar explicações.
Alguém me diz como é que pode? Esse individuo deveria pegar prisão perpétua por me fazer sofrer desse jeito.
Alguém por favor, me explica como é que pode? A gente se encontra, e o perfume dele gruda em mim de uma forma que eu não sei dizer. Alguém me diz o que eu faço pra tirar esse cheiro das minhas roupas e esse rosto da minha mente? Como é que pode? Ele vem, me arranca mil sorrisos, me deixa sem palavras e depois vai embora, como se nada houvesse acontecido. Me explica, agora, como ele consegue me dar aqueles beijos de tirar o fôlego, aqueles abraços de quebrar a coluna, como ele consegue me fazer ficar arrepiada só por ficar à milímetros de mim? COMO? Alguém me diz como ele consegue invadir meus sonhos, participar dos meus planos, roubar uma parte de mim e me deixar, só - eu disse: SÓ - com a lembrança dele? Ele consegue. SIM, ele consegue! Ele consegue fazer com que eu me perca na minha falta de juízo e pense que mais uma vez, o autor dos nossos destinos está escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, provavelmente não se cruzariam.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Palavras definem o que você está.

Estático
Barulho
Loucura
Devaneios.
Déficit de atenção
Benzodiazepínicos
Medo
Maldade
Deslealdade
Tempo
Tempo
Tempo
Tempo estático
Vazio
Ambição
Sonho
Vida

domingo, 19 de dezembro de 2010

No vão das coisas simples é que a gente se encontra.

Quando só os menores gestos falam por mais de mil palavras, é que a gente se dá conta de que não poderíamos ter feito nem metade do que fizemos se não houvesse tido aquela troca de olhares com mil sorrisos contidos e mil palavras por verbalizar, que passaram despercebidos, tendo nós, fixado-nos somente no castanho de nossos olhos, tendo nós, esquecido do resto do mundo que continuava em movimento ininterrupto ao nosso redor.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Meu Deus é minha fé.

Deus: já ouvi diversas teses à respeito dessa força (?) mágica (?).
Não consigo concordar inteiramente com nenhuma delas, parece que sempre falta alguma coisa, ou existe alguma coisa que não deveria existir.
E é um tal de: "Sabe aquele cara barbudo que foi crucificado entre dois ladrões e que deu seu sangue para nos libertar dos pecados?" que irrita.
Quem disse que Jesus era barbudo? Quem disse? Quem pode me provar? Existem registros visuais? Aaaaaaah não?! Ok!
E é um tal de: "Não pecais" que irrita.
O que é pecado? Quem disse que isso aí que você pensou é pecado? Quem disse?
Pessoas que se baseiam em contos e fábulas; parábolas. Estranho, né?! É quem nem viver baseado na história da Branca de Neve e os Sete Anões.
É um tal de: "Deus fez o mundo em sete dias." que não acaba mais, sabe?!
Sete dias ou bilhões de anos?
Que força é essa? Mecânica? Elétrica? Elástica? É tipo, aquela força que produz uma energia que pode ser determinada por E = mc? NÃO?
Então é tipo, uma força que a gente não pode calcular? Estou entendendo... na medida do possível.
Mas vem cá, se é uma força, a gente não pode ver, certo?! Nem tocar, certo?! Hmmmm.
Então, me diga P-O-R Q-U-E diabos insistem em dizer que Deus é um velhinho, barbudinho e que está todo vestido de branco esperando a gente 'morrer'?
Alguém pode me dizer P-O-R Q-U-E diabos eu tenho que figurar a minha fé?
Meu Deus não tem cor, não tem raça, não tem sexo, não tem F-O-R-M-A; Meu Deus é minha fé.

O mau elemento

Eu olho pra sua tatuagem e pro tamanho do seu braço e pros calos da sua mão e acho que vai dar tudo certo. Me encho de esperança e nada. Vem você e me trata tão bem. Estraga tudo.
Mania de ser bom moço, coisa chata.
Eu nunca mais quero ouvir que você só tem olhos pra mim, ok? E nem o quanto você é bom filho. Muito menos o quanto você ama crianças. E trate de parar com essa mania horrível de largar seus amigos quando eu ligo. Colabora, pô. Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder.
E lá vem ele dizer que meu cabelo sujo tem cheiro bom. E que já que eu não liguei e não atendi, ele foi dormir. E que segurar minha mão já basta. E que ele quer conhecer minha mãe. E que viajar sem mim é um final de semana nulo. E que tudo bem se eu só quiser ficar lendo e não abrir a boca.
Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode.
E aí passa a maior gostosa na rua e ele lá, idolatrando meu nariz. E aí o celular dele toca e ele, putz, perdeu a ligação porque demorou trinta mil horas pra desvencilhar os dedos do meu cabelo. Com tanto potencial pra me dar uns tapas, o moço adora me fazer carinho com a ponta dos dedos.
Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode. Trinta anos servindo de capacho, feliz da vida, e aí chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora. Que desgraça.
Ontem quase, quase, quase ele me tratou mal. Foi por muito pouco. Eu senti que a coisa tava vindo. Cruzei os dedos. Cheguei a implorar ao acaso. Vai, meu filho. Só um pouquinho. Me xinga, vai. Me dá uma apertada mais forte no braço. Fala de outra mulher. Atende algum amigo retardado bem na hora que eu tava falando dos meus medos. Manda eu calar a boca. Sei lá. Faz alguma coisa homem!
E era piada. Era piadinha. Ele fez que tava bravo. E acabou. Já veio com o papo chato de que me ama e começou a melação de novo. Eita homem pra me beijar. Coisa chata.
Minha mãe deveria me prender em casa, me proteger, sei lá. Onde já se viu andar com um homem desses. O homem me busca todas as vezes, me espera na porta, abre a porta do carro. Isso quando não me suspende no ar e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Pra piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ele esqueceu a ex namorada. Depois de trinta anos me relacionando só com homens obcecados por amores antigos, agora me aparece um obcecado por mim que nem lembra direito o nome da ex. Fala se tão de sacanagem comigo ou não? Como é que eu vou sofrer numa situação dessas? Como? Me diz?
Durmo que é uma maravilha. A pele está incrível. A fome voltou. A vida tá de uma chatice ímpar. Alguém pode, por favor, me ajudar? Existe terapia pra tentar ser infeliz? Outro dia até me belisquei pra sofrer um pouquinho. Mas o desgraçado correu pra assoprar e dar beijinho.

Tati Bernardi

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

04.12.2010

Não sei se você consegue perceber, mas estou tentando me afastar; é como se eu estivesse preparando o terreno para o que está por vir; é como se eu soubesse o que está por vir - e eu sei. Eu sei que o meu verão vai ser cheio de nuvens carregadas e que estas mesmas nuvens vão resolver bloquear os raios de sol que incidiriam sobre mim. Eu sei que te ver não vai ser suficiente, mas será somente o que poderá acontecer, se muito acontecer.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Obrigada

E agora que - de uma vez e pra sempre - acabou, eu ando procurando o chão, o meu chão que você roubou quando de sua partida, eu ando procurando o ar que eu perdi na despedida, eu ando procurando a parte de mim que você levou.
E agora que você foi embora, que meu peito chora, que minh'alma implora a sua volta, eu ando procurando as fotos de nós dois, e lembrando de tudo o que deixamos pra depois, eu ando te querendo cada dia mais.
E agora que meu pranto embaça a minha visão e que eu te vejo longe das minhas mãos, eu começo a pedir até em oração para que você perceba que ninguém, nunca vai te amar como eu.
E agora que meus dias são só solidão, eu passo a agradecer a você por todos os sorrisos, por todas as lições e por me ensinar a não confiar no meu amor e por me obrigar a me conhecer tão bem. Só não te agradeço por ter feito isso da pior maneira possível: me deixando sozinha.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Loucura!

O sol ainda nem levantou e eu já estou de pé, banho tomado, cabelos arrumados, livros, livros e mais livros na mochila, celular no bolso, crachá na bolsa.
-"Vamos lá, falta pouco!"
Aham, falta pouco, mas esse pouco que falta é o muito que eu queria pra descansar, pra aproveitar meus amigos, pra viver um amor, pra cuidar de mim, enfim.
-"É medicina po, tu tem que estudar mesmo!"
Eu já sei, por#@! Soube disso no dia que optei por essa loucura; essa vida de privação.
É assim, a vida tá parecendo mais com uma batalha:
Amigos x Física
Festa x Biologia
Cinema x Química
Acordar tarde no domingo x Redação
Namorado x Matemática
Festa do pijama x História
Ver fotos antigas x Geografia
(...)
' E o vencedor é... é... O VESTIBULAR TÁ CHEGANDO!'
Coooooooooooorre! Não vai dar tempo de terminar Termodinâmica daqui até lá, e Eletrostática então, nem se fala. Por#@, eu preciso mesmo conhecer a anatomia interna de um caramujo? Eu preciso mesmo saber como é a digestão dos ruminates?
Boca > Rúmem > Retículo > Boca > Omaso > Abômaso > Intestino.
"E aí, entendeu?"
"Ã? Entendi foi naaaaada! Minha cabeça ainda tá processando R=mv/qB (Raimunda, minha vizinha, que beleza!)"
Lágrimas!
Lágrimas?
Espera, espera, espera... LÁGRIMAS?
Put@ q%# par¨$!
Saudade.
Amigos.
SAUDADE DOS AMIGOS.
Brincadeiras no almoço.
Brincadeiras depois do almoço.
Brincadeiras nas horas de estudo.
Falta pouco! Falta muito. :S

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mais uma vez...

Talvez, a emoção tenha me embaraçado a vista e as palpitações do seu coração, soado como uma música que acalma, enquanto o monstro invisível, que se chama tempo, passava por nós. A loucura da cidade, as propostas loucas, as loucas ideias e os sensatos sentimentos, todo o barulho era nada à vista da sua voz, o cheiro de pneus queimando o asfalto, era nada à vista do cheiro que você exalava e que impregnou minhas roupas e meus cabelos, as luzes dos prédios, eram nada à vista da luz dos seus olhos, e o frio - ah o frio! - nunca me causou arrepios como os que você me causa.
Talvez, eu derrame lágrimas, lágrimas de saudade. Saudade do seu abraço, saudade do seu beijo, saudade das suas brincadeiras, saudade de como você me fazia sentir pequena quando envolta nos teus braços, e de como você me fazia sentir segura. Talvez eu até derrame lágrimas de raiva, raiva de mim, por não ter aproveitado mais intensamente, se não a melhor, uma das melhores fases da minha vida. Mas chorarei com orgulho, porque chorarei de saudade, e será um pranto puro, tanto quanto o sentimento que cultivarei em eternidade.
Talvez, eu devesse confessar que já tentei te odiar, talvez eu devesse - e só devesse - esclarecer que você faz parte dos meus melhores planos e dos meus mais belos sonhos. Eu poderia te contar todos os segredos que guardo comigo, compartilhar o meu melhor e fazer você acreditar no que eu sinto, mas o egocentrismo é uma cólera que insiste em me dominar. Enquanto isso, eu espero - e esperarei até quando viva estiver - pelo "NÓS" que eu construí na minha realidade utópica.

sábado, 13 de novembro de 2010

Condicional

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso
Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais
Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.

(Composição de Rodrigo Amarante)

sábado, 6 de novembro de 2010

06-11

E se eu não passar no vestibular?
E se tudo o que eu fiz até hoje, não adiantar?
E se nem um pouco - nem um pouquinho - do meu esforço valer à pena?
E se eu perder mais um ano da minha vida?
A insegurança é um prato cheio para essas perguntas que te deixam sem resposta. Não adianta tentar relaxar, pelo menos, não agora.
Eu só preciso pensar que tudo - tudo mesmo - valeu muito à pena, até o fato de trocar as coisas mais importantes e essenciais da vida, só pela dedicação à essa prova. Trocar meus instantes de felicidade por um livro de biologia aberto na mesa. Trocar meus momentos por uma aula de física. Trocar meus amigos por horas de estudo... enfim.
Só carregamos nas costas o que podemos, e podemos muito.
Cruzei os dedos, fechei os olhos e orei. Orei pelos meus amigos, orei pelos concorrentes, orei por mim.
Vai dar tudo certo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Desabafo

Pressão vinda de todos os lados. Ando me sentindo um mergulhador que ultrapassou o nível permitido; me sinto pressionada, e só. "Tudo depende de você" tudo bem, eu já sei disso, afinal, ninguém pode fazer as coisas por mim, certo?! Fico desejando que o dia tenha o dobro de tempo e me imagino vivendo assim, 48 horas por dia. Visitar amigos, encontrar um amor, sair com a família, viajar, descansar, enfim. Troquei tudo isso e mais um pouco pela loucura - sim, LOU-CU-RA - que é a preparação para o louco - LOU-CO - curso de medicina. Louco, mas tão sonhado curso de medicina. Tão sonhado, mas tão banalizado curso de medicina.
Uma descarga de autoestima aqui, um pouquinho de moral alí, dias e mais dias sem almoço ou jantar ("Não pode menina,tem que comer". É verdade, tenho que comer, afinal de contas, C6H12O6 + O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia. Energia esta, que eu preciso e MUITO.) uma notinha alta aqui, uma notinha baixa alí, uma questão dificílima aqui, lágrimas e labuta, suor e dores de cabeça cada vez mais fortes, juntando tudo, BRANCO. Alerta vermelho!
- "Relaxe que isso é normal."
- "É O QUE? Para né?! Por favor, PA-RA! Branco é normal? Tá louco? Como eu vou fazer a porcaria da prova se DEU BRANCO?"
- "Deixa de frescura menina, todo ano é a mesma coisa... se acalma."
- "MAS EU ESTOU CAAAAALMA! (:@)"
Tudo bem, nem tão calma e eu assumo. Cada dia que passa, é menos tempo, é menos oportunidade, é MAIS branco.
Insegurança! Eu não sei como lidar com isso. Não sei. Não tem jeito. A juventude é mesmo dúbia; maturidade para lidar com decisões que serão eternas e nem um - unzinho que seja - pingo de segurança para lidar com outras situações.
Memória. Lembro da hora que decidi: "VOU FAZER MEDICINA.", Deus, quanta convicção.
Acredito que as únicas coisas que me transmitem calma, pelo menos nessa reta final, são... é... hmm...
- "NADA ME TRANSMITE CALMA? PUT#$ QUE PA%&$*@#"
- "Minha filha, venha cá, tome esse calmantezinho."
- "ÉÉÉ O QUE? TÁ DOIDA MÃE? CALMANTE? QUER ME POR PRA DORMIR NA HORA DA PROVA?"
Não tem jeito, não tem calmante que me acalme, a não ser ver meu nome estampado no listão.
Eu só aceito esses momentos de desequilíbrio, porque nunca me disseram que seria fácil, apenas me disseram que valeria à pena.

domingo, 31 de outubro de 2010

Eu posso.

Eu posso até ser a pessoa errada, mas também posso me transformar na pessoa certinha; na pessoa que encaixa-se perfeitamente com você.
Posso até fingir que mudei pra te agradar, mas não não posso fingir que não te amo mais.
Eu posso até tentar não respirar, mas eu sei que a única coisa que me tira o ar, é o fato de ter você comigo.
Eu podia concordar com tudo o que você diz, ao menos que você falasse que a nossa história chegou ao fim.
Eu posso até tentar imaginar minha vida sem você, e imagino isso, sentindo uma enorme dor no peito, que com certeza, só vai cessar quando eu te ter nos meus braços, mais uma vez.
Eu posso até me obrigar a dormir sem pensar em você, mas eu sei que não vou conseguir - pensar em você é tão bom, que tornou-se algo involuntário.
Eu poderia até tentar te esquecer, desde que tudo o que eu faço, olho, ouço, sinto e penso, não me lembrasse você.
Você e seu sorriso dobrado, seus olhos apertadinhos, sua cara de bobo, sua voz, falando pausadamente e com todas as letras: "EU TE AMO". E era o "eu te amo" que qualquer pessoa queria ouvir, mas era o MEU "eu te amo". Era só pra mim.

Parece mentira.

Com certeza, você já andou na rua e sentiu um perfume que te fez lembrar alguém, você já olhou para uma foto e voltou ao momento registrado na mesma, você já esteve do lado de alguém só em corpo, porque seu pensamento estava longe dalí, você já se arrependeu de algo que falou alguns instantes após ter falado, e você sabe que aquele filme que vocês viram juntos no cinema vai passar na TV. E você gelou... porque o bom daquele momento já passou. E aquela música que você odiava, mas ouvia sempre que ele ouvia também? E aquela outra música que você adorava e agora prefere não escutar porque te lembra exatamente a pessoa que você quer esquecer? Com certeza, você já viveu um dia no qual todos os seus planos deram errado, mas no finalzinho, aconteceu alguma coisa que o transformou num dia perfeito. E você também já viveu aquele dia em que tudo deu certo e final estragou. Você já chorou por lembrar de alguém que amava e não poder dizer isso para essa pessoa. E aquele amor do passado, que você reencontrou ontem e só percebeu hoje o quanto ele mudou? Com certeza você já passou por tudo isso e por mais uma porção de coisas. A beleza da vida está em transformar maus momentos em aprendizados e bons momentos em memória. O hoje é uma dádiva embasada no ontem e cheia de pretensões sobre o amanhã. Aproveite.
(Baseado em um texto que não lembro de quem é, desculpa. ;x)

domingo, 17 de outubro de 2010

Afraid.

Eu tenho medo do que está por vir.
Tenho medo da escuridão.
Tenho medo de dormir com os pés pra fora da cama.
Tenho um medo que parece não ser meu.
Tenho medo do bicho papão.
Tenho medo de perder meus pais.
Tenho medos insensatos.
Tenho medos claros; óbvios.
Tenho medo da liberdade, mas anseio por ela.
Tenho medo das formas de amor, mas me encanto com elas.
Tenho medo de desafios, mas sempre opto por enfrentá-los.
Tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
Tenho medo do tempo e do que ele faz.
Tenho medo de envelhecer, mas sei que a outra opção pode ser pior.
Tenho medo de sentir dor; medo de causar dor em alguém.
Tenho medo de pessoas e, na verdade, eu nem sei de quem.
Tenho medos claros; óbvios.
Tenho medo das incertezas.
Tenho medo das certezas.
Tenho um pouco de medo.
Tenho medo de não mais tê-lo - e entenda isso como quiser.
Tenho medo do medo e medo da falta dele.
Tenho medo de tentar respirar e não conseguir, mas, tenho mais medo de não tentar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eis o tempo da mudança.

A liberdade surte efeito e o calor lá fora, é capaz de acender um cigarro. Tem gente que olha torto, tem gente que nem liga, tem gente que se preocupa com o mundo e tem gente que nem liga. Parece que o "não é permitido", serve como catalisador para reações que ninguém explica. É proposto um jogo. Dominó e voilà, quem perde, perde uma peça. O tempo vai passando e a combustão continua. Tudo vai acontecendo de maneira muito sutil e termina-se por ouvir diversas suposições com relação ao mundo, como: "Por que o mundo é assim?", "Por que as pessoas são assim?", "Violência, drogas, gente jogando lixo no chão..." e eu podia ouvir as gargalhadas. O mundo é mesmo tão dúbio; violência, drogas, gente jogando lixo no chão e ainda assim, a pressa de chegar à algum lugar, cede posição para a entrega verdadeira e dedicação integral a alguém ou alguma coisa. O que não vem ao caso, ou vem, por acaso? Depois que você abre a mente para algumas coisas, você passa a ter um leque de ângulos de observação e a sensação, depois disso tudo, é de estar um patamar acima do comum.Vem à mente Gregório de Mattos Guerra e seu "embaraço de pernas", "união de barrigas" e "tremor de artérias", sua "confusão de bocas", "batalha de veias", "reboliço de ancas", Começo a medir ações, calcular reações, liberar e prender. Quando se perde um sentido, se apura outros. De olhos fechados eu não vejo, mas em contrapartida, sinto em dobro, literalmente. "Calma aê, calma aê, calma aê. Pra mim, já deu.". E dá licença que eu to passando pra pensar. "Muito tempo é quase nada" e pouco tempo, então, o que será? Ouço vozes ao longe, e de costas, eu posso sentir o que está acontecendo. O dia acaba e a fome chega, abre-se mão de um ideal para saciar o desejo de rebeldia. Um banho, uma cama, travesseiro e cobertor. A noite se vai, afirmando: "Nada abala a alegria de um sujeito que vê, na simples questão de estar vivo, um bom motivo pra comemorar."

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sweet dreams, sad reality.

Ainda nem abri os olhos, mas já sinto o clima no quarto. Um raio delicado de sol invade o ambiente através de uma fresta deixada, propositalmente, na janela. Posso ver minúsculas partículas de poeira bailando no ar e o cheiro que me entorpece, é uma mistura de nós dois. Você está do meu lado; eu posso ouvir os batimentos do seu coração, estou deitada no seu peito e você dorme como um anjo. Sua respiração me remete uma calma capaz de aliviar todas as minhas tensões. Resolvo ficar durante mais alguns instantes alí, deitada, como se o mundo lá fora não existisse. Vislumbro seu rosto por alguns minutos e acho engraçado ver sua expressão tranquila cercada pelo seu cabelo bagunçado. Mergulho num mar de lembranças; boas lembranças. Eu não consigo me conter e te acordo com beijinhos, só pra dizer que eu não te amo pelo que você é, mas pelo que somos quando estamos juntos, e fomos um só. Pelo menos em meus sonhos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Por que amor, por que?

Estou dirigindo a mais de 130 no tipo de manhã que dura a tarde inteira. Estou apenas preso na escuridão. Mais quatro entradas até meu apartamento, mas estou tentando manter o carro em movimento e deixar tudo para trás. As vezes eu quero saber os resultados de uma vida, ainda, sem resultados. Será que eu estou vivendo minha vida nos conformes? Por que amor, por que? Aluguei um quarto e preenchi os espaços com madeira pra ficar com cara de casa, mas tudo o que eu sinto é solidão. Isso pode ser uma crise de 1/4 de vida, ou pode ser só um agito da minha alma. De qualquer forma, eu queria saber sobre o resultado de uma vida, ainda, sem resultados. E daí se eu tenho um sorriso estampado no rosto? Ele esconde supertições que ficam quietas na minha cabeça. Não acredite em mim quando digo que superei. Todo mundo é apenas estranho, e esse é o perigo de seguir meu próprio caminho. Acho que é o preço que tenho que pagar. Ainda que ''tudo aconteça por alguma razão'', não há razão pra não me perguntar.
(Obrigada John Mayer, hahaha)

sábado, 9 de outubro de 2010

E sobre o "desistir"?

As vezes, parece que o tudo está desabando; parece que o universo resolveu conspirar contra os seus planos e quando isso acontece, é hora de rever os conceitos. Pensar em desistir. Jogar tudo para o alto. Ignorar o mundo a sua volta. Respirar. Fechar os olhos e sentir a brisa tocar seu rosto. Viajar, mudar de planos... e aí, você começa a enxergar a vida de uma outra perspectiva; você começa a enxergar a realidade de uma forma diferente. Você resolve dormir. O barulho dos seus pensamentos não deixa.Uma, duas, três, quatro, cinco horas da manhã e finalmente você "prega os olhos". Seis horas de sono e você acordar com uma vontade mortal de não querer acordar. Você se sente dolorido - por dentro e por fora - e encontra dificuldades para levantar, tomar banho, para trabalhar ou estudar. E você se dá conta de que sua enxaqueca voltou, se dá conta que os fios brancos já estão "dando um oi" na sua cabeça e se dá conta de que tem uma vida para cuidar e organizar. Levanta da cama, escova os dentes, lava o rosto. Prepara um café e olha para o relógio. Você fica encantado com o movimento dos ponteiros e perde a hora; perde tempo. Você pensa em ter uma vida árcade, mas encontra o fio da sua realidade e percebe que, na verdade, sua vida é uma tragédia. No fundo, no fundo,  você sabe que a opção foi sua. Corre para a sala, liga a TV e perde tempo mais uma vez. Você começa a se manter estático e em poucos instantes, é possível ouvir o pulsar do seu coração. E você desiste. Desiste por estar cansado. E você está cansado de viver em mundo onde quem não está desesperado, está louco.Você se desespera com medo de enlouquecer. Você se encontra cansado de ditaduras de moda, dinheiro, você se cansa da busca incansável por alguma coisa que você, na verdade, nem sabe o que é. Você se cansa das pessoas; você ODEIA as pessoas. Finalmente, você começa a pensar na sua vida e no rumo que ela está tomando... e você enlouquece pelo desespero.

Horas

Tempo.
Louco tempo.
Passa o tempo, passatempo.
Um relógio.
Três ponteiros.
Determinando o seu dia.
Dia.
Que dia?
Dia D.
O grande dia.
Tic-Tac.
Já é hora.
Hora de que?
Estudar!
Sobre o que?
Sobre o que o tempo faz.
Corre o tempo.
Corro contra o tempo.
Mato o tempo.
Para que ele não me mate.

domingo, 3 de outubro de 2010

O natural é mágico.

Enquanto algumas pessoas se desdobram para conseguir fama, amigos e até mesmo um amor, outras não esperam e nem procuram por nada, apenas vivem, abandonando as velhas roupas, as velhas máscaras, as velhas confusões, a velha falta de sentido e os velhos e infantis pensamentos à respeito de como se tornar "importante". Elas vivem de acordo com o que querem, são o que querem, fazem o que querem, e é essa falta de responsabilidade que permite a elas, enxergarem a vida de uma forma peculiar. São tidas como loucas, e é nessa loucura que se satisfazem.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Exercite sua consciência ecológica.

Reduzir, reutilizar e reciclar são conceitos fundamentais para garantir que os resíduos produzidos no dia-a-dia, obtenham um final positivo. A teoria dos 3 R's é mundialmente conhecida, embora, raramente seja colocada em prática. Reduzir consiste em diminuir o consumo de materiais que possuam alto nível de poluição envolvido em sua degradação. Optar pelas embalagens de papelão, no lugar das de plástico ou isopor, é uma alternativa ecoconsciente; o papelão além de ser reciclável, gasta menos energia para ser produzido. Reutilizar é um verbo que deve ser interpretado ao pé da letra. Utilizar produtos de diversas maneiras, como por exemplo embalagens plásticas. E por fim, porém não menos importante: RECICLAR. O processo consiste em fazer coisas novas a partir de coisas usadas. Além de reduzir o volume do lixo, ajuda na recuperação natural do meio ambiente. Custos ambientais, econômicos e benefícios sociais, estão entrelaçados à teoria dos 3 R's e à coleta seletiva. De que forma? Contribuindo para o aumento da vida útil dos aterros sanitários; melhoria das condições ambientais;
preservação dos recursos naturais. Redução dos custos com tratamento e disposição final do lixo; diminuição de gastos com áreas degradadas pela inadequada deposição de lixo; diminuição de gastos com serviço de limpeza pública. Geração de empregos com a instalação de novas indústrias de reciclagemresgate social de indivíduos, por meio do incentivo à criação de associações e cooperativas de catadores; melhoria das condições de saúde pública.
Não é justo que deixemos de cuidar do planeta que nos acolhe com tanto afinco. Onde está a evolução tão falada entre os humanos? Acham evoluídos os seres que degradam seu próprio habitat?
Existem empresas sérias que trabalham visando a preservação do meio ambiente, entre elas, está a conhecida Nike, que ocupa o 7º lugar no TOP 500 das empresas verdes, a Avon que fica na 25ª posição, Colgate - Palmolive, que ocupa o 39º lugar, entre outras. Fique atento ao que você coloca dentro da sua casa; fique atento ao seu mundo. 
Saudações evolucionistas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E a liberdade?!.

Li.ber.da.de s.f. 1. Condição de livre. 2. Direito de decidir e agir segundo a própria vontade; livre arbítrio; 3. Intimidade; familiaridade. Pl.: 4. Regalias; imunidades. 5. Intimidades sensuais. 6. Procedimento livre contra as convenções sociais.
Liberdade para falar o que quiser, fazer o que quiser, ouvir o que quiser, ver o que quiser. Viver como convier. Liberdade para tomar um café, acender um cigarro, inalar o veneno da industrialização. Liberdade para declamar em praça pública os mais belos poemas. Liberdade para gritar aos quatro ventos o quanto me sinto bem quando vivo em prol de causas perdidas. Poder expressar minha raiva diante da corrupção, sem sofrer repreensão. Ter de novo, a liberdade de jogar bola até tarde, de andar de skate, de passear num parque junto com minha bicicleta. Sinto falta de um passado puro e dotado de inocência. Sinto falta dos verões, das ondas, do cheiro do mar. Sinto falta de ligar a televisão e ver desenhos animados, no lugar de tele jornais que divulgam, cada um, cerca de 5 mortes por dia. Queria, de novo, ter a liberdade de usar a roupa que quisesse, e não ser obrigada a me enquadrar nos padrões sociais. Padrões. Vomitando em 3...2...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Remake

Acordei sentindo o frio que as gotas da chuva causavam em mim. Havia esquecido a janela aberta. Monotonamente tomei banho e, em seguida, tomei meu café-da-manhã, composto por um café forte e nada mais. Escovei os dentes, joguei um prendedor de cabelos dentro da bolsa e segui, corriqueiramente. Os sinais de trânsito ainda estavam desligados, ou eu tinha esquecido a porcaria dos óculos na mesa de centro. A chuva insistia em cair. Baixei o vidro do carro e comecei a sentir as geladas gotas chicoteando meu rosto. Liguei o som para tentar escapar dos pensamentos. Não havia nada de interessante no rádio. Resolvi conectar o mp4, e escolhi a pasta que continha as músicas do Cazuza; grande Cazuza. Eu pensava no que poderia fazer para tornar meu dia mais dinâmico. Pensei que, talvez, eu devesse ter pintado as unhas de vermelho e não de nude. Mergulhei em pensamentos fúteis, até que perdi a entrada na estrada. Minha sorte foi que inventaram o "tal do retorno". Voltei à trilhar o caminho certo e parei de pensar. Resolvi pegar uma cartela de rifas que guardava no porta-luvas do carro. Não sei bem os motivos, mas essa cartela, mantinha as pessoas afastadas de mim, e, caso alguém se aproximasse, bastava oferecer uma rifa em prol de "não sei o que". Eu gostava dos meus dias, Sempre havia algo diferente, embora, estivesse igual. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Sempre a mesma coisa. Sábado e domingo, minha casa, só minha casa, meu cobertor, moleton e café. Algumas folhas de papel  e uma caneta para rabiscar o que vinha à minha mente. Fantasiava uma segunda diferente, mas, apenas fantasiava. Fantasiava uma vida diferente, fora da monotonia e fora do desgaste.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Insônia

Café. O "TIC-TAC" do relógio na cabeceira. A cidade parada. Um cigarro aceso e nada fazia sentido. Os pensamentos faziam barulho. Tentativas frustradas de mergulhar no mar de ilusões para o qual a música me leva. Havia luz no quarto escuro e era a luz da televisão, que alterava o clima estático que pairava no ar. Café e liberdade para pensar em qualquer coisa. A fumaça do cigarro, desenhava no ar, figuras ilusórias. Havia luz. E desta vez era uma luz mais forte. Sol! E já era dia. A cabeça dolorida, os olhos com um leve ardor, mais uma xícara com café, mais uma, mais uma, mais uma, mais uma e finalmente, a irritação da luz do sol que dava sentido a uma coisa sem sentido, já havia cedido seu lugar para o adormecer da cidade. "TIC-TAC" na cabeceira, e desta vez, os ponteiros giravam em alta velocidade, era segunda e já é quinta, dias sem pregar os olhos, dias sem parar para descansar.  Café! Escuro e silêncio. Um sabor esquisito na boca. Amargo! Seria o café? Seria o sabor do meu "eu"? Que seja! O sol vai nascer logo, e esse sabor é algo que não tem a mínima importância. Um loop na visão, um loop no cérebro e um pouco de pinga. Ninguém é de ferro. O sol volta. A pinga faz efeito. Abri as gavetas e em uma delas, achei uma 'pastilha' branca, tamanho médio. Tomei com água, optei por fazer o correto. Dormi.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Utópica felicidade

Mais uma vez, me ponho a pensar na incansável busca pela felicidade, e mais uma vez me deparo com uma  diversidade enorme de fatores que poderiam proporcionar o tão sonhado 'feliz para sempre'. Há quem diga que a felicidade não pode ser comprada, há quem diga que a felicidade está no amor, há quem diga que a felicidade está no dinheiro, enfim...
Mas, onde será que ela realmente está? Será que ela está? Particularmente, eu não acredito na existência da felicidade, propriamente dita. Acredito que hajam momentos alegres, pessoas que nos transmitem uma energia tão positiva, lugares com cargas +, que de certa forma, nos colocam num estado de espírito semelhante ao descrito pelos ditos "felizes". Pois bem, relacionemos sentimentos com realidade, na comparação existem inúmeras diferenças, são coisas indescritíveis, são coisas que só se sabe, quando se vive.
Você não pode ver a felicidade, ela não existe. Você não pode comprar a felicidade, ela não existe. A felicidade não existe, a felicidade É.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

South Africa: 30 dias de alegria, só!

Que bacana! "A África vive seu melhor momento." é o que diz a mídia. Se eu fosse um país, não iria querer ter este, como melhor momento. Do que adianta, hoje, comemorar a abertura da Copa do Mundo, se daqui a 30 dias, a grande maioria vai voltar a chorar de fome, voltar a sentir a dor do vazio que corrói, como ácido, a alma, voltar a sentir o desprezo, tão comum em tempos comuns. Isso prova como a política não mudou tanto com relação ao que era na antiguidade: Política do pão e circo (neste caso, política do circo, apenas, é válido para denominar tal). Como viver num país onde 4, em cada 5 adultos, são acometidos pelo vírus da aids, e vivem um mito de que se manterem relações sexuais com crianças virgens, serão curados (?) falta de informação, realmente aliena uma sociedade, e falta de comida, higiene e carinho, então.. nem se fala. Como manter esquecido um continente que tem sua cultura como base para tantas outras culturas?  Como não ficar boquiaberto com tamanha diferença econômica? Uma parte do continente poderia sustentar as duas partes. Chega até a ser contraditório, o 'berço' do ouro e do diamante, ser feito de dor e pobreza! Vivem numa dificuldade tremenda de comunicação, justamente por ser tão rico. Rico em dialetos; rico em cultura. Apesar de tudo isso, não abrem mão de estar com um sorriso estampado nos lábios, mesmo que estes, estejam secos e mesmo que os olhos, estejam chorando. Ainda assim, não perdem a fé.

domingo, 23 de maio de 2010

Dominar...

conjugado no presente do indicativo: eu domino. Verbo complexo na sua forma personificada; dominadores são exemplos para qualquer sociedade, bons ou maus, não deixam de ser exemplos. Mas... dominar em que sentido? Observando do ângulo dos dominados, as ações exercidas pelos 'tiranos dominadores', deixam sempre à desejar. Pensem em Hitler: teses racistas e anti-semitas, matou mais de 6 milhões de pessoas e deu início a uma guerra que deixou cerca de 50 milhões de mortos, para os atingidos diretamente, provavelmente, ele é tido como 'um anjo do apocalipse'. Observando do ângulo das pessoas neutras, Hitler é mais um maníaco beligerante, responsável tanto por milhares de mortes, quanto pela ascensão da Alemanha. Agora, observando do ângulo dos alemães e adoradores de Hitler, ele conseguiu transformar uma nação desmoralizada em uma potencia industrial. Bom, se a classificação do domínio não for questão de ponto de vista, o que mais pode ser?


fonte: http://br.answers.yahoo.com


Abraços, Pâmella